Frequentemente se ouve falar em inflação e em como afeta o dia a dia dos consumidores na economia. De fato, há uma grande importância, pois diz respeito ao aumento generalizado de preços praticados no mercado, influenciando produtos e serviços. Cada aumento nos preços consiste numa perda do poder de compra. Basicamente, o que se comprava com R$ 1.000,00 a 10 anos atrás, não se compra mais hoje, devido a esse aumento da inflação ao longo do tempo.
A inflação possui um grande impacto sobre a economia, causando uma reação em cadeia, pois se as pessoas possuem o mesmo salário e os preços não param de aumentar, certamente consumirão menos. Com essa queda no consumo, haverá uma tendência de baixa nas vendas, que traduzirão em uma menor produção. Com essa produção mais baixa, o Produto Interno Bruto (PIB) será menor e a economia como um todo, crescerá num ritmo menor.
Por essa razão, é muito importante acompanhar esse movimento no mercado. Para monitorá-la, faz-se o uso de índices que monitoram o movimento dos preços nos setores de produção e serviços. Os índices mais utilizados são o IGP-M e IPCA. O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) monitora os movimentos nos preços nos setores de Comércio Varejista, Atacado e Construção Civil. É usualmente utilizado para corrigir preços de aluguéis ou contratos. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mostra o movimento no custo de vida, ou seja, é utilizado para verificar se a meta de inflação está sendo cumprida.
Há muitas variáveis que afetam a inflação, sendo alguma delas configuradas num período de curto prazo, como por exemplo, um aumento nos custos de produção. Isso pode acabar fazendo com que o produtor aumente o preço de seu produto a fim de compensar esse gasto a mais na produção, ou mesmo diminuir a oferta do seu produto, dado que para produzir ficou mais caro. No final, o consumidor acaba pagando um preço mais elevado. Outra causa para o aumento da inflação no curto prazo é a alta demanda por um produto em um curto período. Se a produção não for suficiente para cobrir essa demanda, os preços certamente irão aumentar.
As causas de aumento da inflação que possuem um prazo maior, ocorrem devido a diminuição das Taxas de Juros, como a taxa Selic. Quando o governo diminui essa taxa, é comum encontrar empréstimos mais baratos, fazendo com que a população consuma mais. Outra causa, seria a emissão de papel-moeda pelo Governo, ou seja, aumento do volume de moeda em circulação no mercado. Essa medida resulta em um consumo maior e consequentemente um aumento nos preços.
A Inflação nos Investimentos
Deve ser considerado também a importância da inflação nos investimentos, pois o dinheiro aplicado pode passar a valer menos ao longo do tempo. Caso ocorra algum investimento em ativo que não superou a inflação no período, certamente haverá uma perda no poder de compra. Por exemplo: um investidor aplica R$ 100.000,00 pois irá comprar uma casa em 1 ano. Ambos os bens irão sofrer alteração e valorização nesse período. Tanto o dinheiro investido quanto a casa em questão. Considerando que ao final do período o investimento rendeu 10% com um montante final de R$ 110.000,00 e a casa valer R$ 105.000,00, é possível observar um ganho de R$ 5.000,00, mesmo que a casa tenha ficado mais cara.
Por isso é importante analisar o tipo de rentabilidade que é sugerido, por exemplo como um ativo que rende 8% ao ano. Essa rentabilidade é chamada de Rentabilidade Nominal, pois ainda não sofreu os descontos, como IR. Para descobrir o valor final, deve-se abater a inflação do período para chegar na chamada Rentabilidade Real, que informa o quanto de fato foi gerado de ganho ou perda. Caso a Rentabilidade Real seja maior do que a inflação, então o poder de compra foi preservado no período, caso contrário, o poder de compra diminuiu.
Investimentos atrelados à Inflação
Para garantir que não haverá perda de poder de compra ao longo do tempo, é interessante considerar investir em produtos que são atrelados à inflação, pois assim, no vencimento esse produto garante que vão entregar o dinheiro corrigido pela inflação do período. Existem alguns tipos de investimentos com esse perfil, tais como:
Títulos Privados
Títulos como CDB, LCI e LCA são investimentos atrelados à inflação, pagando juros de acordo com o IPCA ou IGP-M. São papeis oferecidos pelos bancos e são considerados de baixo risco, já que é uma maneira de alocar um percentual do patrimônio em Renda Fixa garantindo o poder de compra.
Tesouro IPCA+
É um Título Público ofertado pelo Governo e oferecem a taxa IPCA no momento mais alguma taxa prefixada. Isso garante ao investidor que no vencimento, além de seu poder de compra permanecer intacto, é possível ganhar alguma rentabilidade extra, já informada no momento da aplicação.
Fundos Imobiliários
Também chamados de FIIs, são Fundos de Investimentos em Imóveis negociados em bolsa. Em suma, esses fundos investem em imóveis comerciais que pagam para o investidor um aluguel mensal. Sempre que o contrato completa um ano, é revisado ajustando ao valor do IGP-M. Com o morador pagando mais para morar, há um reajuste no capital do fundo, aumentando os rendimentos. Assim o investidor garante sempre acompanhar a inflação.
Ações
Mesmo sendo títulos negociados em Bolsa e não tendo consequentemente papeis ligados diretamente à inflação, pode-se observar alguns tipos de ações que repassam a inflação ao investidor. Essas ações são de empresas do setor de utilidade pública e consumo. Como essas empresas conseguem repassar a inflação nos serviços oferecidos, resultam num repasse ao acionista.
Fundos de Inflação
São fundos que aplicam apenas em papéis que superam ou pelo menos sejam equivalentes aos rendimentos do Tesouro IPCA + e é medido pelo Índice de Mercado Anbima (IMA). Os fundos são chamados de IMA-B 5 (possuem papeis com prazo de no máximo 5 anos) e IMA-B 5+ (possuem papeis mais longos).
A inflação possui uma influência indireta em todos os investimentos, por isso é importante acompanhar seus índices, pois é uma maneira de controlar seu poder de compra. É importante observar também que o investimento em ativos financeiros atrelados à inflação possui caráter de longo prazo. Se o IPCA estiver em patamares mais baixos, assim como a taxa Selic, esses investimentos no curto prazo tendem a ficar menos vantajosos. Por isso, as alocações devem sempre seguir perfil de cada investidor, garantindo um bom proveito da relação entre inflação e investimento.