A sigla ESG advém do termo em inglês Environmental, Social and Governance (em português, ASG, referindo-se à Ambiental, Social e Governança).
Nos últimos anos, os investidores em todo o mundo se envolvem cada vez mais com o conceito de “investimento responsável”, levados pela crescente conscientização de questões, como: mudanças climáticas, diversidade de gênero e impacto do uso de materiais não deterioráveis como o plástico no meio ambiente.
Ou seja, investir em ESG é usado como sinônimo para investimentos sustentáveis e socialmente responsáveis, cuja missão e operação da companhia vai em linha com a ideia de um lugar melhor, respeitando normas ambientais e administrativas.
Além das tradicionais métricas econômico-financeiras utilizadas para analisar uma empresa pelo mercado financeiro, o uso dos critérios ESG permite uma avaliação da empresa de forma holística. Segue alguns exemplos de métricas/filtros para cada uma das letras da sigla:
Filtro Ambiental (E): No setor automotivo uma das métricas mais importantes é a emissão de gases estufa (GHGs) por unidade de faturamento. No mercado internacional, observa-se que a Tesla emite 20% a menos de gases do efeito estufa por milhões de dólares (GHG/US$ mi) do que a média do setor. No Brasil, o mercado está começando a olhar para o “E” de maneira mais criteriosa, com métricas de redução de gás carbono, gestão de resíduos e consumo consciente dos insumos;
Filtro Social (S): Proporção de mulheres em cargos de gerência, indicando trazer diferentes perspectivas nas diretrizes da empresa. O “S”, com foco na parte social, busca o viés de óticas, como: tratamento com o cliente, inclusão de colaboradores e harmonia com a comunidade; e
Filtro Governança (G): Transparência entre os diretores executivos, independência do conselho administrativo, boas práticas de investimento e consistência na política da empresa. O “G” é um dos pontos observados a muito mais tempo pelo mercado, tanto pela maior facilidade em mapeá-lo, quanto pela importância de uma estrutura sólida e independente para o longo prazo na empresa.
No Brasil, o país ainda inicia neste assunto. Em 2019, das 426 empresas registradas na bolsa apenas 30% publicavam seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – informações ESG. No comparativo com mercados desenvolvidos, o S&P (índice composto pelos 500 principais ativos das bolsas de NYSE e NASDAQ) consta com aproximadamente 90% de empresas com ODS.
Ainda que seja algo embrionário no país, alguns fundos de investimento já possuem um certo posicionamento com relação às empresas que dão destaque para as métricas ESG. De maneira geral, entende-se que ESG acaba se tornando um processo, e não uma simples classificação binária entre: ser ou não ser ESG. Mas sim, entender em qual nível da escala de melhores práticas sustentáveis as empresas se encaixam e como isso pode mudar a maneira de investir no longo prazo.